Zêzere: Percurso pedestre da nascente à foz a caminho do QREN
11 de Dezembro de 2007, 16:16Oleiros, Castelo Branco, 11 Dez (Lusa) - A Associação Amigos da Serra da Estrela (ASE) propôs hoje aos municípios por onde passa o Rio Zêzere a criação de um percurso pedonal desde a nascente até à foz, numa extensão de 245 quilómetros.
O projecto foi revelado numa reunião em Cambas, Oleiros, por José Maria Saraiva, director da ASE, que o "doou" aos autarcas e defendeu a candidatura ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).
Participaram nos trabalhos representantes de oito dos 15 municípios convidados, entre outras entidades. Cada autarquia vai agora pronunciar-se sobre o projecto, mas todos os participantes no entro de hoje aplaudiram a ideia e defenderam uma candidatura conjunta ao QREN para a concretizarem.
Nova reunião ficou já agendada para 10 de Janeiro, em Pedrógão Grande.
Para esse encontro, os municípios presentes contam levar já um levantamento inicial, feito em colaboração com as juntas de freguesia, sobre os antigos trilhos e caminhos pedestres existentes à beira do Rio Zêzere.
O projecto pretende recuperar esses percursos, dando-lhes uma imagem de marca comum. "O turismo pedestre está em grande expansão em todo o mundo, mas ainda há muito por explorar em Portugal", realçou José Maria Saraiva, destacando o potencial do Zêzere como "um dos rios portugueses com mais recantos".
O Rio Zêzere nasce na Serra da Estrela, a 1.954 metros de altitude, e desagua no Rio Tejo, em Constância, a 25 metros acima do nível do mar. As paisagens e as povoações que estão espalhadas ao longo do percurso são um dos grandes atractivos.
"É importante que as aldeias sejam chamadas a participar neste projecto. Devem criar actividades e estruturas para servir os visitantes e até receber formação para acolher os turistas", acrescentou.
O projecto conta com o apoio da Universidade da Beira Interior que, segundo Pedro Guedes Carvalho, docente da instituição, "tem feito estudos científicos sobre percursos pedonais na região".
Pedro Mendes, representante da Câmara de Ferreira do Zêzere, e Carlos Carrão, vereador da Câmara de Tomar, alertaram para eventuais dificuldades da implementação do projecto em terrenos particulares, nomeadamente na albufeira de Castelo de Bode.
"Devido às restrições impostas pelo plano de ordenamento da albufeira, muitas pessoas hoje estão de pé atrás em relação a estes projectos", referiu o autarca de Tomar. "No entanto, devemos avançar", sublinhou.
João Marques, autarca de Pedrogão Grande, sugeriu que sejam envolvidas no processo as associações de desenvolvimento, constituídas por diversos de municípios. "Todas as câmaras pertencem a este tipo de associações, que podem ser as entidades adequadas para liderar a candidatura ao QREN", sublinhou.
Participaram no encontro de hoje as Câmaras da Guarda, Manteigas, Pampilhosa, Oleiros, Pedrógão Grande, Ferreira do Zêzere, Tomar e Constância.
LFO.
Lusa/fim
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